Cada
pixel de uma imagem tem uma cor que foi produzida por uma combinação de cores
primárias (vermelho, verde e azul, ou RGB). Cada uma dessas cores pode ter um
brilho que varia de 0 a 255 numa imagem digital com profundidade de bits de
8-bits. Um histograma RGB é produzido quando o computador varre a imagem em
cada um desses valores de brilho RGB e conta quantos pixéis há em cada nível de
0 a 255. Outros tipos de histogramas existem, mas todos têm mais ou menos a
mesma forma do exemplo abaixo:
Tons
A
região onde a maioria dos valores tonais se encontra é chamada de "gama
tonal". A gama tonal pode variar drasticamente de uma imagem para outra,
então desenvolver uma intuição em relação a como os números se transformam em
valores de brilho é crítico, ambos antes e depois da foto ser tirada. Não há um
"histograma ideal" ao qual as imagens devem seguir; o histograma deve
simplesmente seguir a gama tonal que o fotógrafo deseja transmitir.
A
imagem acima é um exemplo que contém uma gama tonal bem ampla, com marcadores
que ilustram onde regiões na cena representam os níveis de brilho no
histograma. Esta cena costeira contém poucos meios-tons, mas tem grandes
regiões de sombras e altas-luzes no canto inferior esquerdo e no superior
direito, respetivamente. Isto resulta num histograma que tem uma alta contagem
de pixéis nos extremos esquerdo e direito.
A luz
normalmente não é tão extrema quanto no exemplo anterior. Condições de luz
normal e bem distribuída, quando combinadas com um sujeito bem exposto,
normalmente produzem um histograma cujo pico encontra-se no centro e que
gradualmente diminui em direção às regiões de altas e baixas luzes aos lados.
Com exceção da luz do sol refletida diretamente no topo do prédio e algumas
janelas, a cena com o barco (abaixo) possui luz bem distribuída. A maioria das
câmaras não encontrará problemas para reproduzir automaticamente uma imagem que
possui histograma similar ao mostrado abaixo.
Imagens com 'low key' e 'high key'
Apesar
da maioria das câmaras, quando no modo automático, produzirem histogramas com
pico no meio-tom, a distribuição dos picos num histograma depende da gama tonal
da imagem. Imagens onde a maioria dos tons está na região das baixas luzes (ou
sombras) são chamadas de 'low key' (uma tradução literal seria 'chave baixa',
mas o termo normalmente não é traduzido), enquanto que imagens com 'high key'
(chaves altas) têm a maioria dos tons nos brilhos.
Antes
de tirar uma fotografia, é útil determinar se o sujeito se qualifica como 'low'
ou 'high key'. Já que as câmaras medem a luz refletida, são incapazes de medir
o brilho absoluto dos sujeitos da imagem. Como resultado, muitas câmaras
possuem algoritmos avançados para esquivar essa limitação, e estimar quanto
brilho a imagem deve ter. Essas estimativas normalmente produzem imagens cujo
brilho médio encontra-se nos meios-tons. Isso é, frequentemente, aceitável, mas
cenas com 'low' ou 'high key' pronunciados necessitam de ajustes de exposição
manuais do fotógrafo para corrigir o palpite da câmara. Uma boa regra para ter
em mente é: normalmente precisa de ajustar a exposição quando quer que o brilho
médio das suas imagens esteja mais escuro ou mais claro que os meios-tons.
A
maioria das câmaras digitais são melhores a reproduzir cenas com 'low key' pois
elas previnem que qualquer região da imagem tenha brilho suficiente para se
tornar branco puro, independente de quão escuro o resto da imagem possa resultar.
Cenas com 'high key', por outro lado, normalmente resultam em imagens
significativamente sub-expostas. Mas é mais fácil lidar com regiões
sub-expostas do que com as super-expostas (apesar disso comprometer a razão
entre o sinal e o ruído). O detalhe não pode ser recuperado caso a região
esteja super-exposta a ponto de ser branco puro. Quando isso ocorre a alta luz
é dita estar 'estourada' ou 'cortada'.
O
histograma é uma boa ferramenta para saber se o corte ocorreu, já que é possível
ver diretamente se o brilho está empurrado para um dos lados do gráfico. Um
pouco de corte pode ser normal em regiões como reflexões especulares na água ou
meta, ou quando o sol ou outras fontes luminosas muito fortes estão
enquadradas. Em última análise, a quantidade de corte depende do fotógrafo e o
que ele deseja transmitir.
Contraste
Um
histograma também pode descrever quanto contraste há numa imagem. Contraste é
uma medida da diferença de brilho entre as áreas claras e escuras de uma cena. Histogramas
largos são típicos de cenas com bastante contraste, enquanto histogramas
estreitos são de imagens com menos contraste e que podem aparentar achatadas ou
sem graça. Isso pode ser causado por uma combinação de fatores de luz e
sujeito. Fotos tiradas em condições de neblina ou fumos terão baixo contraste;
fotos tiradas sob sol forte, por outro lado, terão um contraste muito mais
alto.
O
contraste pode ter um impacto visual muito grande ao enfatizar texturas, como
mostrado na imagem acima. O alto contraste da água tem sombras mais profundas e
brilhos mais pronunciados, criando texturas que saltam aos olhos de quem as
observa.
O
contraste também pode variar de acordo com a região de uma mesma imagem se
houver diferentes condições de luz e sujeito. Podemos dividir a imagem do barco
mostrada anteriormente em três regiões, cada uma com um histograma diferente.
A
região no topo contém mais contraste que as outras três pois a imagem é criada
a partir de luz que reflete diretamente dos objetos. Isso produz sombras mais
profundas logo abaixo do barco e brilhos mais fortes nas áreas acima e
expostas. As regiões do meio e de baixo são inteiramente produzidas por luz
difusa, luz refletida da superfície da água e, por isso, têm menos contraste;
como se a fotografia fosse tirada sob neblina. A região de baixo tem mais
contraste do que a do meio, apesar de apresentar um céu com um só tom de azul,
isto porque contém uma combinação de sombra e luz intensa do sol. As condições
de luz na parte de baixo criam brilhos mais pronunciados, mas mesmo assim não
apresenta as sombras profundas da região do topo. A soma dos histogramas das
três regiões produz o histograma geral mostrado anteriormente.
Fonte: Cambridge in Colour
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